sábado, 5 de junho de 2010

» Nightmare' «



- » Eu tentei me controlar, mas o sentimento era maior do que minha força de vontade, talvez nem a força de vontade mas apenas a minha força.
O sabor inconfundivel do desespero, o aroma árduo da dor, da dor no coração, a falta de ar de quando você sente que não tem saída, o fim exausto da desistência. Eu senti como se fosse o último gole de um copo d'água, sentia descer por minha garganta a última gota.. Mas não era aliviante, um sentimento confuso...
Maldita dor de amor..
Eu não queria que tivesse sido assim, eu me sentia sozinha, sentia como se nada mais fizesse sentido, como se algo meu não estivesse comigo, mas eu me olhava no espelho e tudo estava em seu devido lugar. Eu então, não entendia o porque daquela dor me encomodar tanto. O vento soprava, e o eco das folhas caindo dentro do meu quarto me lembrava de coisas que não existiam, de momentos que não existiram, de datas que poderiam me trazer felicidade, mas não adiantava eu continuava sentindo falta, algo não estava certo, aquela dor me sufocava.
Será que era mesmo a dor do amor? Eu não sei se estava sozinha, ou se mal acompanhada. Não certo dizer, se a dor era mesmo real, parecia tão dolorosa. Sentada sozinha num sofá com vista para a copa das arvores secas de outono, olhando o vazio do poente, a dor de nao ter algo que eu nao descobria o que era. 
"- Que dor é essa que me afoga, me penetra, me encomoda?"
A dor permanecia, ao levantar, a vontade de caminhar aumentou, e os passos foram marcando o chão, até que avistei sombras no chão..Eu não estava mais sozinha? Eu somente via sombras, o que formava as sombras no chão? Meu peito doía... De repente, uma sombra que não era cinza, grande, crescia cada vez mais, minha sombra? Não ela me levava a outro ponto..Ela me aliviava, eu corri, eu estava correndo, e quando levantei a cabeça e vi uma luz dourada, tentei dar forma a essa luz, era alguem, a dor passou, o chão nao estava coberto de folhas, eu não sentia falta de nada, esse alguém ia falar comigo mas de repente eu não o vi mais, estava escuro novamente, abri meus olhos... Já era dia.

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